quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Hoje eu conheci um palhaço.

Hoje eu conheci um palhaço.
Foi bem engraçado. Chega até a ser redundante isso, né? Ser engraçado conhecer um palhaço... enfim, foi.
Só que esse tinha deixado as roupas na mala e o nariz no bolso, assumiu por um instante o personagem da vida real.
Passando pelo corredor, eu sozinha e olhando para baixo(às vezes tenho esse péssimo costume) percebi um sapato colorido e um pouco inchado na ponta, pensei ser estilo, mas do lado havia uma mala e estava escrito: "PALHAÇO RISADA", aquilo me fez impressionar como a algum tempo não havia me impressionado, acho que por isso eu encarnei a maluca e fui lá. Fui falar com ele. Um papo longo. Uns 2 ou 3 minutos.
Eu: - Oi?
Ele - Opa!
Eu: - Você é palhaço?(uma pergunta bastante óbvia, diga-se de passagem)
Ele: - Sou sim e você?
- Eu parei por alguns segundos para pensar se ele tava enxergando meu nariz meio vermelho ou só fazendo jus ao seu nome, mas tenho que confessar que eu ri -
Eu: - Há quanto tempo você é palhaço?
Ele(rindo de mim e meio esnobe): - Ah minha filha, você nem pensava em nascer, era no tempo em que palhaço era alguém.
Depois dessa resposta, as palavras me fugiram e o silêncio gritou, apenas desconversei e continuei a conversa por mais alguns segundos.
Vinda para casa.
Essa resposta martelava a minha cabeça.
De início, compartilho com vocês a minha viajada revolta. Sempre achei palhaço o pico da alegria e percebo dissolver-se a figura transvestida de tanta cor que fez a minha felicidade quando criança. Mais e mais. Desmerecimento.
Me respondam vocês, qual a última vez que viram um palhaço de nome e fantasia colorida animando uma festa infantil?
Essa figura de nariz vermelho anda perdendo violentamente para os pula-pulas e piscinas de bolinha com seus recreadores sem graça.
É triste, mas eles estão literalmente no 'agoniza, mas não morre'.
Ah, que saco.
Ou melhor, que palhaçada.
Hoje em dia os únicos palhaços que conseguimos enxergar estão de terno e maleta entrando no congresso nacional.
A verdadeira palhaçada pede respeito.
No mundo de hoje, o circo é sem igual e a farsa do palhaço é natural.
Mas eu torço, sempre, pra que cada palhaço(mesmo que seja de um circo sem futuro) nunca pare de fazer alguém sorrir.
Assim ficaria bem mais fácil de viver.
Do mesmo jeitinho que o Risada me fez por alguns segundinhos.

E o nome dele? José, mas pode chamar de Zé mesmo. Aqui no circo todo mundo é íntimo.







terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vou pisotear bem.
Viver de médias e poucas expectativas nunca serviu pra mim, por isso desta forma eu tô indo em frente.
Tô deixando Paulina Bratcho no chinelo e me vesti de Paola. Apesar do orgulho ser necessário, vou tentar mudar de lado pra ver se me enxergo nas historinhas infantis. Tudo batidinho. Narração.
Deixei de gostar da falta, deixei de gostar do perfeito. Vou levando agora você como um ninguém, vou brincar de ser arquiteta de mim. E bem abusada, por sinal.
Necessário é uma palavra que só cabe a mim definir.
Hoje eu julgo, bato, arrasto e grito o que é bom pra mim.
Não quero ladainhas e muito menos migalhas, eu quero a confusão. Quero a confusão, a emoção e o resultado.
Tudo na maior intensidade.
Quero viver o que restou e quero ser dona da razão, abraçar o impossível e dispensar todo o não.
Tudo na maior intensidade.
Pensar que você é tudo e ao mesmo tempo não gostar de nada, ter um mosaico inteiro e só usar a cor amarelada.
Tudo na maior intensidade.
Viver de amor eterno e fazer da eternidade mentira, jurar os juros mais caros e cair de cara na dívida.
Tudo na maior intensidade.
Se no final eu pedi muito, me desculpe.
Esse muito é pouco demais pra mim, só quero introdução e meio, e por favor não me venha com um fim.
Tudo na maior intesidade.