domingo, 18 de dezembro de 2011

Sem Métrica

Eu preciso aprender a olhar a vida de outro ponto de vista.

Se eu ouvisse o vento percorrendo o caminho do meu rosto
eu deitaria em alguma nuvem pra sonhar.

Do olho do furacão
saiu o ontem que eu quis esquecer
e o agora que eu tento manter
o sol insiste em não deixar

Se a cabeça sobe, o corpo se perde
por que pensar é o primeiro passo p'ra esquecer
Sigo olhando para baixo e procurando
a migalha que restou do merecer.

Me convida pro futuro do buraco que eu caí
o que eu vivo não condiz com minha vida,
levo ela pra criar a expectativa
de que amanhã ela exista por aqui.

Eu preciso voar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Aquário

Às vezes me vem a cabeça(como sempre), as minhas indignações que me trazem a fama de chata e polêmica(que eu adoro, confesso) e foi a última delas que me fez escrever agora(por mais que seja difícil passar o que eu penso de forma clara e educada, por que a minha revolta faz da idéia, impublicável.).

Penso eu, que vivo hoje num universo bem semelhante ao dos caranguejos.
Quando era menor, ía a alguns restaurantes e olhava tão inocentemente os aquários desses animais, tentando entender o por que daquela luta para fugir dali. Onde o mais esperto era o que conseguisse subir em cima do outro para chegar ao topo, mas logo em seguida vinham outras dezenas e o puxavam para baixo novamente.

Talvez a minha realidade hoje me leve a acreditar que o numero de "caranguejos" esteja absurdamente alto dentro dela. E não, não estou falando dos simples crustáceos.
Os caranguejos do grande aquário que tento expôr a vocês almejam por status, dinheiro, fama e tudo o quanto foge do seu alcance fora do aquario que eu prefiro chamar assim, ao ter que dizer: da minha sociedade.
Virou bem normal tentar subir em cima do que tem a maior “pata”, afinal de contas, quanto maior ela for, mais chance ele tem de chegar ao topo.

É triste a minha “sociedade crustácea”. Acho que posso explicar o por que do não-progresso do meu país. Se minha sociedade está tomada de “caranguejos”, só me resta a pensar que exatamente igual a eles, ela não anda pra frente.
Mas eu ainda comemoro por saber que existem seres superiores a tudo isso, que conseguem assistir a essa “luta” de fora do aquário. E não são superiores por já estarem fora deste ou por auto-intitulação, são superiores pela própria escolha de não participarem desse processo claramente inválido.

O mais engraçado de toda essa luta é saber que ela se faz inválida por um simples e óbvio motivo: Um dia a luta termina.
E diferente dos campos de batalha, sem vencedores.
Eles acabam de volta para a lama
ou então, no fundo da panela.

Eu preferia ter crescido sem entender.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O amor quer desabar.

E quando a vida faz da gente uma dupla de cartas encostadas e bem arriscadas a cair?
Parece que é assim que hoje eu tô.
Mesmo sabendo que você precisa plantar pra colher, essa horta tá me custando uma dificuldade enorme.
Às vezes parece ser muito mais fácil você admitir que não consegue e soprar bem forte deixando tudo desabar. - vai lá, desaba mesmo, quero mais é que tu se exploda! -

Depois que você vive uma intensidade muito grande de um amor, você vai sendo puxado cada vez mais pra um universo anti-questionamento, você entende por que a razão e a emoção ficam em lados tão opostos. E você começa a sair do meio do duelo e quer se juntar a antipatia de um e deixar a loucura do outro bem longe... mas isso tem um tempo contado.
Eu amo. Muito mais do que se é capaz. Em todos os tempos!
Cheguei em um momento que eu quero sair correndo da antipatia da razão, eu quero a loucura da minha emoção cantando bem alto dentro de mim.
Eu quero viver o amor que me mostrou que eu sou fraca mesmo, esse que me implora todo dia para soprar as cartas.
E ao mesmo tempo eu vivo ouvindo a antipática da razão me mostrando que a recíproca é verdadeira, mas nem sempre é eterna.
Ela joga na minha cara que se eu soprar, os dois lados das cartas desabam. E o castelo não se monta sem a base das duas. Pode ser que o jogo termine e termine sem graça, sem vencedor e como sempre acontece, sem cartas na mão!

Sendo assim, tudo termina igual. Tudo termina sem nada. As cartas apoiadas e o duelo me partindo ao meio, talvez um dia esse nada faça sentido
ou então eu morro amando e não-questionando.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Auto-reconhecimento

O meu sorriso hoje me entregou. Eu olhei pro céu e ri sozinha.
Depois que a saudade virou minha amiga, eu descobri um mundo que não tem fim, um mundo que me chamou e trancou a porta para eu nunca mais ir embora
- e eu só pedi obrigado. -
Passei a olhar pro lado e perceber que pra ser feliz a gente só precisa viver e pra viver a gente precisa ser feliz, se bem me entendem.
Só deixei de ‘sobre-viver’ quando fui muito fã de mim.
Quando olhei pro pódio e até esqueci que o segundo e o terceiro lugar também estavam lá, eu só me enxergava no lugar mais alto.
Passei a me querer sorrindo a cada intervalo de 1 minuto e acreditei que os meus 15 minutos de fama duram o tempo que eu quiser.
Eu deixei a falsa modéstia do meu próprio eu para ser usada apenas na farsa que às vezes a vida requer.
Agora que eu entrei nesse mundo, as placas apontando a saída não existem mais, aliás, se existem eu preciso de óculos.
E eu quero no meu novo mundo quem quiser se jogar no amor, quem conseguir esquecer que medo existe e quem não sentir dor com tropeços.
Deixar as besteiras de uma vida azeda e se empaturrar nos opostos que dão sentido a ela.
Eu tô aqui, com a minha lista de convidados na mão.

E embora esse mundo amanhã nem exista, eu invento um ainda mais ousado.
Se ele tivesse um nome, eu chamaria carinhosamente de vontade.
Não vou buscar conto de fadas.
Quero uma felicidade assim, arrogante.
Ainda que eu nunca tenha tentando.